domingo, 16 de dezembro de 2007

Jogos no cotidiano escolar


Realizei a leitura do texto “Sala de aula é lugar de brincar?”, de Tânia Ramos Fortuna percebi alguns erros que estava cometendo com meus alunos.
”Só se brinca na escola se sobrar tempo ou na hora do recreio, sendo que estes momentos correm, permanentemente, o risco de serem suprimidos, seja por má conduta, seja por não ter feito o tema ou ainda por não ter dado tempo.” Pág 3.
Meus alunos tem outros momentos para brincar, não é só no recreio, mas confesso que já tirei o recreio de alunos como punição por indisciplina ou por não ter realizado as atividades. A partir deste momento procurarei outra forma de resolver os problemas.
Proporcionei muitas brincadeiras e jogos sem objetivos ou com o objetivo de ensinar conteúdos, desta forma, interferia constantemente na atuação dos alunos. Percebi que cometi graves erros pois , de acordo com o texto citado acima “ para que cumpra um papel pedagógico,a brincadeira deve ter intencionalidade, mas para que não seja anulado o sentido lúdico deve-se evitar a intervenção no jogo. A intervenção só é válida quando é aberta, baseado na provocação e no desafio, que não corrija ou determine as ações, mas problematize e apóie. A partir do momento em que é uma atividade dirigida e manipuladora, deixa de ser um jogo, pois deve transmitir liberdade e espontaneidade.” Pág 6.
“Através do jogo se busca prazer encontrado através da espontaneidade, improdutividade, trânsito entre a realidade externa e interna, interatividade, simbolismo constantemente recriado, desafio e instigação, mistério, imponderabilidade e surpresa.” Pág 7.
“A verdadeira contribuição que o jogo dá à Educação é ensiná-la a rimar aprender com prazer” . Pág 7.
Não basta apenas utilizar jogos, deve-se ter um objetivo e cuidar que tipos de intervenções estão sendo feitas.
"Uma aula ludicamente inspirada não é, necessariamente, aquela que ensina conteúdos com jogos, mas aquela em que as características do brincar estão presentes, influindo no modo de ensinar do professor, na seleção dos conteúdos, no papel do aluno. Nesta sala de aula convive-se com o incerto, com o imponderável, o professor renuncia à centralização, a posição de quem sabe tudo, ao controle onipotente, ou seja, que pode tudo, e reconhece a importância de que o aluno tenha uma postura ativa nas situações de ensino, sendo sujeito de sua aprendizagem; a espontaneidade e a criatividade são constantemente estimuladas. Uma aula lúdica é uma aula que se assemelha ao brincar - atividade livre, criativa, imprevisível, capaz de absorver a pessoa que brinca, não centrada na produtividade. " Pág 9.
Procuro transmitir aa crianças que sei muitas coisas porque estou sempre estudando, mas tenho muito que aprender, portanto, não sei tudo. Ao planejar as aulas procuro algo que desafie meus alunos e mudamos o que é necessário de acordo com os interesse e necessidades do grupo.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Seminário Integrador III

Através da disciplina Seminário Integrador III tive a oportunidade de refletir sobre as atividades realizadas neste semestre em todas as interdisciplinas, contribuindo para que, na escola em que trabalho, minha prática pedagógica mudasse em diversos aspectos, dentre eles: utilizar mais o teatro com meus alunos, refletir sobre as letras das músicas que ouvimos, trabalhar o lúdico, contar histórias para despertar prazer sem improvisos, propor pesquisas nos projetos, etc...As aprendizagens estão registradas neste Blog e na atividade final do Seminário integrador III, postado no webfólio Geral do Rooda.
Aprendi a registrar de forma mais clara os argumentos e evidências, colocando as citações dos autores entre aspas, registrando os nomes dos livros e autores utilizados nas postagens, a interdisciplinar os conteúdos e aprendizagens construídas.
O que contribuiu para estas aprendizagens foram os comentários da tutora Suélen:
“Como estamos trabalhando na perspectiva da evidência, terias algum trecho do fórum, ou de trocas de email, que evidenciariam a tua argumentação em relação à tua aprendizagem sobre evidência/argumentação? Por exemplo: digamos que a fala de um colega, no fórum, fez com que modificasse a tua forma de pensar. Desta forma, seria interessante, como evidência, apontar o local: ROODA --> FÓRUM SI3 --> GRUPO 10 --> PÁGINA 50 --> COLEGA FULANO.Assim, mostraria-nos a evidência da tua aprendizagens e da tua argumentação.Espero estar podendo colaborar para a organização do teu portfolio.”
Qualquer dúvida, entre em contato.Beijão pra ti.Suelen - tutora da sede - SI3
21 de Outubro de 2007 11:30
“Algumas dicas que considero importantes para situar o teu leitor e o teu texto:- colocar a fonte bibliográfica completa. Colocaste que o teu texto chama-se Improvisação para o teatro - a experiência criativa. Mas não colocaste o autor, nem a editora, nem o ano de editoração.Todos estes dados são importantes para que, em um futuro próximo ou não, tu mesma tenhas a fonte exata dos teus ditos e escritos. Desta forma, através do registro completo, não cairá no esquecimento.Exemplo de fonte bibliográfica completa:BICUDO, Maria A.V. Educação Matemática: pesquisa em movimento. São Paulo: Cortez, 2005.Exemplo geral:SOBRENOME, NOME. Título. Cidade: Editora, ano.Estas dicas (ABNT) estão na BIBLIOTECA do Rooda (SI3).- Outra questão importante são as CITAÇÕES sempre ENTRE ASPAS.Percebi que colocaste um asterisco. Fiquei um pouco confusa, ao ler, pois achei que fossem escritos de tua autoria.Desta forma, se os escritos não forem de tua autoria, seria importante colocá-los entre aspas e, ao final da frase, colocar a página.”
Beijão no coraçãoPara quaisquer dúvidas, por favor, entre em contato.Suelen - tutora da sede
2 de Novembro de 2007 16:03
As evidências de que os comentários da tutora Suélen foram construtivos e auxiliaram na construção de meu Portfólio são:
“A cada postagem tua, novas experiências, novas aprendizagens e PRECIOSIDADES.A tua reflexão sobre a infância a partir de diferentes "conteúdos" trabalhados nas interdisciplinas do PEAD demonstra o quanto estás conseguindo fazer vínculos entre as interdisciplinas.”
Suelen - tutora da sede
30 de Novembro de 2007 12:57
“Nossa Raquel!Estou gostando de ver a estruturação que estás dando às tuas postagens.Estás localizando muito bem o teu leitor: contextualizando as tuas leituras e vídeos, mostrando as citações que te "tocaram", mostrando o teu ponto de vista e tuas reflexões frente ao estudo referido.Quero te parabenizar pelas citações entre aspas, o número da página da fonte, e a própria fonte completa.Acredito que toda esta nova estruturação de teus escritos também configura-se em uma aprendizagem significativa.Só tenho que te parabenizar!!!”
30 de Novembro de 2007 12:57
È maravilhoso refletir, mudar quando necessário, aprender e com isso aperfeiçoar minha prática pedagógica tornando-me uma profissional mais criativa, flexível, enfim, acredito estar no caminho para ser agente de transformação social.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Artes Visuais


Projeto na escola
Aprendi que “um projeto na escola não pode ser comparado a um simples planejamento de atividades que deverão ser cumpridas, mas ter certas intenções e possibilidades em constante avaliação e replanejamento, aproveitando acasos, sem perder de vista os focos centrais que fizeram nascer o projeto”- Miriam Celeste Martins (1998-pág.168)
Segundo Fernando Hernandez “As salas de aula devem representar um espaço vivo de contínua transformação, onde a pesquisa fica aparente. Espaço para livros, trabalhos, recortes...Aprendemos melhor se há uma necessidade de pesquisa, para pesquisar deve haver um problema.”
Nunca havia trabalhado anteriormente com projetos, iniciei na metade deste ano trabalhando com a história “Férias na floresta”, de Leia Cassol e Vítor Siegle. Foi uma forma diferenciada de trabalhar, mas bem interessante, pois abriu espaço para maior interdisciplinaridade. As crianças demonstraram maior interesse nas atividades propostas.
Ao longo do projeto solicitei apenas uma pesquisa e aprendi com Hernandez que a pesquisa deve ficar mais aparente, pois aprendemos melhor se há necessidade de buscar informações.
Tive oportunidade de fazer em grupos um projeto de ensino para o trabalho de Artes visuais:

PROJETO DE ENSINO
Público Alvo: Alunos de quarta série do Ensino Fundamental
Caracterização da turma:
Essa turma é composta por alunos de 9 a 11 anos, na sua grande maioria moram com os pais (ou um deles).
Classe econômica baixa, porém nenhum deles passa necessidade, todos os responsáveis trabalham e sustentam sua família.
Por se tratar de pessoas pobres, a parte de lazer e cultura fica, em grande parte dos casos, para segundo plano e dificilmente acontece. Os passeios culturais aos quais os alunos se referem quando questionados foram feitos na escola.
O conhecimento de arte visual é restrito ao que assistem na televisão e ao que lhes é passado em sala de aula.
Modificações
O tema foi escolhido a partir da visita ao espaço da artista Laura Belém, na 6ª Bienal do Mercosul.
A escolha se justifica pela necessidade de mostrar aos nossos alunos que eles são agentes de mudança, em todos os sentidos.
Como nos trabalhos vistos, percebemos o quanto temos influência no mundo em que vivemos, seja pelo olhar e principalmente pela ação.
A questão é:
Quanto nossas ações influem no ambiente em que vivemos?
Propostas de trabalho:
O projeto será realizado a partir da visualização das quatro obras que compõem o Núcleo de Laura Belém na Bienal.
Previsão de duração: Cinco encontros para iniciar um trabalho que se estenderá por todo o ano letivo.
Avaliação: Os alunos serão avaliados durante o processo. Os critérios utilizados para avaliá-los serão: responsabilidade, participação, produções, comprometimento.
EXECUÇÃO DO PROJETO
Primeiro encontro:
O início se dará pela visualização das obras através de fotos trazidas pela professora. Os alunos, em pequenos grupos primeiramente irão tentar verificar:
O que enxergam?
Qual o ponto em comum nas quatro obras?
Após esse momento, terão algum tempo destinado à pesquisar no laboratório de informática a respeito das obras e dos artistas.
Segundo encontro:
Agora, com respostas e dados mais concretos, inicia-se uma discussão em grande grupo a respeito das respostas obtidas. Os alunos deverão falar sobre a sua idéia de arte visual, sobre a relação entre as obras e o que os artistas expressam através delas.
Continuando com a conversa, introduzindo o tema Modificações, vamos começar a produzir com eles. Nesse segundo encontro a idéia de produção seria a seguinte:
Os alunos receberão uma folha de ofício e dobrarão ao meio,
No lado direito desenharão a escola,
Após o término do primeiro desenho, eles irão pensar em tudo que gostariam que fosse diferente nessa escola, e o espaço do lado esquerdo se destina a desenhar isso.
Terceiro encontro:
Aprofundando mais os estudos, os alunos conversarão sobre as possibilidades de modificação desses ambientes por eles mesmos. Conversar sobre cada mudança proposta, e de quem depende cada uma delas.
Escolher em pequenos grupos, um dos ambientes que eles solicitaram ver “modificado” e eles realizariam uma produção visual (maquete, pintura, desenho, etc) mostrando o que fariam nesse ambiente.O grupo terá que escrever uma justificativa da modificação e de que forma ela seria realizada, demonstrando que recursos seriam utilizados.
Quarto encontro:
Uma exposição para toda a comunidade escolar, com todas as produções e justificativas. Uma mostra de artes.
Cada visitante votará na modificação que julgar mais importante para a escola.
Quinto encontro:
Com o resultado da votação, a modificação escolhida será realizada por todos alunos da turma, criando o primeiro espaço modificado da escola.
Juntamente com esse espaço, se cria a campanha “Modificando Hábitos” que repensa pequenas atitudes que deixam a escola um lugar melhor de se estar (inclui boas maneiras, seleção de lixo, cuidado com os ambientes, respeito ao próximo, etc).



Percebi que é importante ter um objetivo a alcançar, saber que público deseja-se atingir e realidade em que vivem, conhecer o que o aluno pensa, seus conhecimentos prévios, avaliar ao longo do processo, muita busca de informações tanto por parte do professor quanto dos alunos e flexibilidade para mudar o que for necessário no trajeto não perdendo de vista o foco, que são os objetivos delineados no início.