quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Didática

A atividade escolhida por ser significativa foi a leitura dos textos “O contexto da prática avaliativa no cotidiano escolar”, de Lucinete Ferreira e “Rumo a uma avaliação inclusiva”, de Javier Onrubia Goni . A partir desta leitura deveria responder algumas questões propostas sobre avaliação e registrar respostas a questões como: Tipo de avaliação que utilizo com meus alunos, como é realizada, de que forma, com que freqüência, critérios utilizados, fins, o que posso aperfeiçoar em minha prática pedagógica quanto a avaliação.
Nesta atividade pude refletir mais sobre os tipos de avaliação existentes, a importância da avaliação e se realmente avalio indo de encontro as necessidade de meus alunos, auxiliando-os durante o processo de construção da aprendizagem. As aprendizagens ocorridas são:
“ Ao assumir uma postura ética o professor assume o papel de orientador, conduz o processo de aprendizagem de forma participativa, através de diálogo e cooperação, trata o aluno como pessoa concreta, cria condições para que o aluno analise seu contexto e produza cultura, determinada pelo seu contexto histórico e que o torna individual, assume o papel de facilitador da aprendizagem, não é meramente transmissor de conhecimento, cria condições para que o aluno aprenda, dando-lhe assistência, interage para a consecução do processo de ensino-aprendizagem, proporciona um ambiente em que haja o mínimo de ameaças ao eu, para que a aprendizagem seja significativa., aproveita momentos no cotidiano para avaliar o aluno de forma prazerosa e não angustiante, sua avaliação é contínua e diagnóstica para que durante o processo de aprendizagem possa propor desafios afim de que todos os alunos realmente aprendam .”
Escolhi estas aprendizagens porque é importante como educadora refletir sobre meu papel principalmente em algo tão sério como a avaliação que pode contribuir para crescimento do aluno ou promover prática discriminatória e seletiva, onde os alunos de classes sociais menos favorecidas são eliminados do processo.
Confesso que já usei o poder de avaliar para impor atenção e interesse dos alunos na atividade proposta, agora vejo o quanto estava errada pois de acordo com o texto: O contexto da prática avaliativa no cotidiano escolar, de Lucinete Ferreira
“São excelentes momentos para se avaliar o aluno de forma prazerosa e não de forma angustiante, o aluno pode ser avaliado a partir de tarefas diversificadas, de tudo o que ele produz como expressão do seu conhecimento.”Pág 11
Estou aperfeiçoando minha prática pedagógica em relação à avaliação utilizando mais diversidade de critérios durante o processo de construção do conhecimento, também procuro assumir uma postura ética de utilizar a avaliação para construção da aprendizagem de forma prazerosa não amedrontando os alunos.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Linguagem e Didática

Na interdisciplina de Linguagem e educação foi proposta a leitura do texto “Não há como alfabetizar sem método?”, de Iole Trindade, deveríamos participar de um fórum destacando e comentando algumas ideias dos textos trabalhados considero importantes para o desenvolvimento de um plano de aula. A aprendizagem ocorrida é que não há como alfabetizar sem método, o método pode ser um pouco de cada e o mais importante é a forma como é aplicado.
De acordo com o texto “Não há como alfabetizar sem método?”, de Iole Trindade:
“Passo, nesta seção, a fazer novas provocações, ao imaginar aquelas que quem lê este texto se faz agora: o que fazer, então, na segunda-feira de manhã? Por onde começar? E, de forma taxativa, respondo: não há como alfabetizar sem método. Digo isso tudo por não creditar aos métodos uma grande verdade, “a” verdade. Digo isso, sim, sem a ilusão de que exista um discurso que oriente uma prática de forma mais verdadeira, optando pelo que reconheço como a “melhor tática”, mesmo que provisória, e que consiste na consideração de uma trajetória dos estudos na área da alfabetização e da língua materna para a produção de um método ou uma didática de alfabetização. Digo mais: penso que, ao mesmo tempo em que precisamos lançar um olhar de estranhamento para as práticas de alfabetização que produzimos, isto é, para a representação que damos a determinados discursos, posicionando-os em diferentes áreas do conhecimento, incluindo a pedagógica, precisamos lançar um olhar de estranhamento para seus efeitos, com vistas a produzir uma escolarização em diferentes níveis e modalidades de ensino, discutindo, portanto, a sua produção e a pertinência da sua escolarização. “
“Assumindo também, como professora de prática de ensino, que precisamos ter uma didática que acolha essa pluralidade de discursos, fazendo uso deles conforme necessidades de uma formação, reafirmo que não há como alfabetizar e letrar (não importa a ordem!), na escola, sem o uso de múltiplos métodos que contemplem os processos de ensino e de aprendizagem, isto é, de aquisição (codificação e decodificação) e usos da língua escrita.”
“”Sem falsos preconceitos, proponho, portanto, “mais um método de alfabetização” (entre os tantos circulantes, na academia e na escola), construído pela bricolagem de didáticas diversas, contando, então, com a trajetória dos “tradicionais” métodos de alfabetização, como uma produção histórica que permite que exploremos, por exemplo, a relação imagem-letra inicial de palavras significativas ou entre as unidades linguísticas (grafemas-fonemas, sílabas-letras, palavras-sílabas, frase-palavras, texto-frases), além de todas as variações imagináveis, que os métodos em suas diferentes marchas e combinações nos ensinaram, a partir de uma produção que foi passando por alterações ao longo dos séculos
“Devo observar, ainda, que a atuação como pesquisadora tem exigido um olhar de estranhamento em relação ao que produzimos e veiculamos”

Esta aprendizagem foi significativa porque tinha dúvidas sobre a importância do uso de um método, nunca esqueço que quando entrei na escola que trabalho, a supervisora me questionou sobre que método usava, confesso que não sabia o que responder. Atualmente meu método é um pouco de cada, procuro aprender sobre novos métodos porque aprendi nesta interdisciplina que não devemos confiar totalmente em um método, o tempo passa e para não ficar ultrapassada e evoluir com o mundo que nos rodeia devo estar aberta a aprender novas formas de construir conhecimento com meus alunos.
A evidência maior desta aprendizagem é que estou neste curso de Pedagogia aberta a aprender e sendo mais crítica com as informações que me rodeiam, percebi que todos os métodos tem algo que posso aproveitar e não defendo um a ponto de fechar os olhos para novas formas de aprender.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Didática

A atividade proposta que realizei na interdisciplina de Didática e que contribuiu para minha experiência docente é destacar aspectos positivos e desafiadores do trabalho por projetos através da leitura do texto “Os projetos de trabalho: uma forma de organizar os conhecimentos escolares”, disponível no Rooda .
De acordo com o texto citado acima “ Um projeto pode organizar-se seguindo um determinado eixo : a definição de um conceito, um problema particular ou geral, um conjunto de perguntas inter-relacionadas, uma temática que valha pena ser tratada por si mesma... Normalmente , superam-se os limites de uma matéria.” Pág 1
Ao realizar a leitura deste texto foram construídas diversas aprendizagens, dentre elas, que a aprendizagem no trabalho por projetos que se baseia em sua significatividade, estruturação muito mais aberta e flexível dos conteúdos escolares, leva-se em conta uma organização curricular baseada nos interesse dos estudantes.Um dos desafios do professor é mostrar ao grupo ou fazê-lo descobrir as possibilidades do projeto proposto (O que pode acontecer), para superar o sentido de querer conhecer o que já sabem, abre múltiplas possibilidades de aprendizagem tanto para alunos quanto para professores, pois não se restringe apenas ao espaço da sala de aula, possibilita construção de conhecimento de forma significativa e favorecedora da autonomia na aprendizagem, gera um auto grau de autoconsciência e de significatividade nos alunos com respeito a sua própria aprendizagem.
Os alunos descobrem que tem uma responsabilidade na própria aprendizagem, que não podem esperar passivamente que o professor tenha todas as respostas e lhes ofereça todas as soluções porque o professor é um facilitador e com freqüência um estudante a mais.
Pode-se aprender sobre sua própria ação o que implica ir além dos problemas cotidianos da classe.
No ano passado trabalhei com meus alunos com projetos e tinha dúvidas sobre continuar ou não trabalhando com projetos este ano.Em 2009, após esta atividade, refleti mais sobre os aspectos positivos do trabalho com projetos e propus as crianças que trabalhássemos sobre a paz na família, escola, bairro onde moram e com certeza todos aprenderam pois tinha muitos alunos com atitudes violentas no recreio, sala de aula e eles mesmos estavam incomodados com a situação. Este tema era do interesse e necessidade dos alunos e o resultado do projeto é que passaram dialogar mais para resolver os conflitos.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Seminário integrador e EJA

Na interdisciplina do Seminário Integrador estou realizando um projeto em grupo( PA) em que escolhi os colegas com interesse afins para estudar o mesmo tema.
O assunto escolhido foi a letra cursiva e seu papel na atualidade.
Este projeto teve várias fases: realizamos pesquisas, fizemos enquete, compartilhamos experiências, construímos textos e mapas conceituais.
A principal aprendizagem ocorrida foi a importância de usar letra cursiva na alfabetização somente após os alunos estarem alfabetizados porque de acordo com o autor Luís Carlos Cagliari :
“Mais importante do que o traçado da letra , a letra bonitinha e padronizada é “Em primeiro lugar, é preciso ensinar a escrever e, somente depois, deve-se preocupar com os requintes da escrita” .
A importância da letra cursiva realmente fica restrita ao espaço escolar, sendo uma cobrança da sociedade e da família por questões tradicionais. É cobrada pelos professores o traçado cursivo nas séries ou anos após a alfabetização, sendo inclusive muitas vezes usada como critério de avaliação.
A letra manuscrita é mais rápida ao ser escrita do que a script, assim muitos professores a preferem.
Cagliari alerta para o tempo que vivemos hoje, onde a escrita cursiva perdeu sua importância para o mundo moderno. A letra bastão e script estão presentes no cotidiano das crianças, através dos livros de histórias, das revistas, dos jornais, da televisão, do celular e dos computadores. É importante não perder tempo tentando ensinar o traçado da letra cursiva, sendo que este tempo poderia ser aproveitado para aprendizagens mais significativas, com certeza se o aluno se apropriar da leitura, a escrita virá como conseqüência, como uma necessidade do registro, indiferente de como ele irá escrever (tipo de letra) deste que siga o padrão ortográfico (alfabeto).
Alguns alunos ao se depararem com a dificuldade do traçado da letra cursiva, e do não aprender, de não ser capaz podem conseqüentemente desenvolver um bloqueio no seu desenvolvimento da aprendizagem, vindo acarretar , o fracasso escolar, porque se o professor não se der conta que o aluno não consegue converter (fazer a transferência/entender) a letra que está no quadro para a letra que realmente se apropriou isso fará que ele se desmotive, se sinta "diminuído" perante seus colegas.
O importante é escrever de maneira legível, de maneira que outras pessoas consigam ler, estando elas em qualquer parte de nosso país ou do mundo.
Na interdisciplina de educação de jovens e adultos também estudamos sobre alfabetização e foi proposto a leitura do texto “Alfabetização de adultos: ainda um desafio”, da autora Regina Hara. A proposta era refletirmos e debatermos sobre as principais idéias do texto com os colegas em um fórum, nesta leitura encontrei colocações da autora Regina Hara sobre o tipo de letra mais apropriado para trabalhar no período de alfabetização:

"Leia a citação abaixo do texto pág 22:“Os alunos iniciaram o processo escrevendo com letra de forma maiúscula, mais fácil de traçar e de discriminar visualmente. Aqueles que sentiram necessidade, solicitaram a passagem para a manuscrita, o que foi feito com um trabalho de demonstração do traçado das letras. Verificamos que, mais do que não ter coordenação, falta o preparo, ou seja, saber os movimentos corretos do traçado para que as letras saiam arredondadas e ligadas dentro de cada palavra, e a percepção dos detalhes no traçado, como por exemplo: que partes das letras ficam acima ou abaixo da linha, como as vogais se ligam com as consoantes B e V na manuscrita. Todos que se iniciaram na manuscrita durante o processo têm letra boa. E caligrafia bonita tem um alto valor entre eles”.
O meu grupo do PA é sobre letra cursiva, a citação fala sobre as vantagens da letra Caixa Alta no processo de alfabetização, o desejo de alguns alunos escrever com letra Cursiva e o valor que atribuem a letra bonita.Lembrei do questionamento de uma colega de meu grupo PA:Se a letra cursiva é pessoal, por que ensinar a fazer o traçado?De acordo com o texto é importante para que as letras saiam arredondadas e ligadas dentro de cada palavra.Estou iniciando a escrita de letra Cursiva com minha turma e ensinando o traçado correto, mas não vou obrigá-los a escrever no dia - a -dia. Meu objetivo é que escrevam com o tipo de letra que desejarem, mas é importante que saibam ler com todos os tipos de letra."
Raquel Guterres

Estas aprendizagens foram significativas no processo de construção do conhecimento porque trabalho há quatro anos com alfabetização e este assunto é muito polêmico.
Na escola que trabalho não tenho como regra trabalhar escrita de letra cursiva , trabalho somente se já alcancei os objetivos do ano, como letramento, leitura, escrita de pequenos textos com coerência...
Inicio o ano trabalhando sempre com as letras “Caixa alta”, não misturo os tipos de letra, lá pelo mês de Agosto trabalho com as letras “Script” e a Cursiva, se der, é escrita somente no final do ano. Acredito que as crianças são alfabetizadas melhor se não há uma confusão de vários tipos de letras e a Cursiva é bem difícil para alguns alunos porque para traçá-la tem que ter uma boa coordenação motora. Quando trabalho as letras Cursiva com meus alunos, escrevemos o traçado correto de cada.
Muitos pais foram alfabetizados com a letra cursiva, eu sou um exemplo, acredito ser por esta razão que valorizam tanto a escrita deste tipo de letra, é como se fosse um “status”.
Tenho apoio da equipe diretiva para alfabetizar sem a exigência de que escrevam com letra cursiva, eles devem saber ler com este tipo de letra mas a escrita é opcional, cada aluno escolhe qual tipo de letra quer escrever.
Tinha dúvidas quanto ao meu procedimento porque dialogava com professoras experientes que valorizavam muito a escrita cursiva desde os primeiros dias de aula, conheço professoras que trabalham com cursiva até mesmo no primeiro ano.
Através das leituras e construção do PA não tenho mais dúvidas quanto ao tipo de letra que devo trabalhar, mantendo a posição de que devem conhecer e ler com todos os tipos de letras, mas escrever com a que desejarem.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Educação de jovens e adultos

Realizei a leitura do texto “ Alfabetização de adultos, ainda um desafio”, de Regina Hara.
Dentre as aprendizagens ocorridas destaco que devido as dificuldades que enfrentam os professores e alunos de classes populares e com o objetivo de aprimorar o trabalho de alfabetização de adultos
no processo de aprendizagem, foi acrescentado a construção de Paulo Freire os conhecimentos de Emília Ferreiro e Ana Teberosky.
De acordo com o texto “ Alfabetização de adultos, ainda um desafio”, de Regina Hara, pág 7- “Os adultos não-escolarizados concebem a escrita como um sistema de representação,1 e
têm hipóteses de como se dá essa representação.
Ao serem perguntados sobre o que serve para ler, a maioria dos investigados propõe três
condições: que haja uma quantidade mínima de letras (que são três), que as letras não se repitam
na mesma palavra (chamada variabilidade interna) e que somente letras servem para ler (excluindo
numerais e desenhos)”.
Pág 8- “Esses estágios se sucedem ao longo do processo de domínio da
escrita. Os exemplos são tomados da nossa classe de alfabetização:
 escrita pré-silábica: há controle da quantidade mínima de letras, variabilidade interna e exigência de
não repetir a mesma sequência de letras para palavras diferentes. Não há correspondência entre as
letras e os sons da palavra. Pode-se ver como foram representados os dois nomes de animais.
 escrita silábica: neste estágio, pensa-se que, para representar cada segmento da palavra, basta
uma letra. O exemplo mostra que, para a palavra sapo, basta um S para sa e um O para po. Na
maioria dos casos, ao grafar dissílabas, os não-escolarizados acrescentam mais uma letra para respeitar
a quantidade mínima de três letras que eles mesmos impõem.
 escrita silábico-alfabética: neste estágio, já começa a aparecer a percepção de que apenas uma letra
não basta para representar o segmento sonoro das palavras. Então, convivem a hipótese silábica e a
hipótese alfabética: às vezes basta uma letra, às vezes usam duas. O exemplo mostra essa convivência.
 escrita alfabética; aqui já se tem a representação de cada sílaba com duas letras. Observe-se o exemplo
onde isto aparece.”
Deve-se considerar o saber intelectual dos adultos não-escolarizados, a escola não pode desconsiderar seus conhecimentos.
Não é o método que se elege que promove a alfabetização, mas é todo um conjunto de conhecimentos e a postura intelectual que adotamos com relação aos sujeitos e ao objeto da aprendizagem.
Estas aprendizagens foram significativas porque trabalho com alfabetização de crianças de acordo com a psicogênese da escrita de Emília Ferreiro e Ana Teberosky, no entanto nunca trabalhei com EJA e não sabia que ao adultos criavam hipóteses sobre a leitura e escrita como as crianças, pretendo futuramente trabalhar com EJA e estas aprendizagens vão contribuir para minha prática docente.

domingo, 20 de setembro de 2009

Linguagem e educação

Na interdisciplina de Linguagem e educação realizei uma atividade do módulo 1 em que era necessário a leitura do texto Leitura, escrita e oralidade como artefatos culturais, de Maria Isabel Dalla Zen e Iole Fariero Trindade. A atividade consistia em responder as seguintes questões : Fala-se/ lê-se sempre do mesmo jeito? Que diferenciações podem ocorrem em relação a fala ou escrita?
Li algumas citações que contribuíram para responder as questões acima:
“Chartier ( 1998) observa que a alfabetização não é uma atividade que se dê fora da história. Considera-se então, que por trás daquilo que se chama saber ler estão competências específicas de cada época. Portanto, precisamos entender como se constituíram as demandas sociais da leitura, escrita e oralidade e como se deu a redefinição dos métodos e metodologias de alfabetização criados para suprir determinadas competências lingüísticas exigidas social e contextualmente por sociedades diversas.” Pág 3
“A escrita não é uma modalidade fixa, não é sempre formal/ sofisticada/planejada, assim como a fala não é, em todas as situações de comunicação informal/coloquial e sem planejamento ( Kleiman, 1995) Em nossa cultura acadêmica , uma conferência, por exemplo, suscita planejamento no que e refere ao assunto e aos recursos expressivos a serem mobilizados durante a exposição do tema. Já um bilhete ou um telefonema para uma pessoa mais íntima não supõe esse grau de planejamento” Pág 5
“Talvez seja interessante , de início, problematizarmos a relação existente entre linguagem e grupos sociais, para isso, é necessário que se considerem as variedades linguíticas, desestabilizando a idéia de uma língua padrão, como se essa não sofresse variedade alterações sócioculturais. Essas variedades manifestam-se tanto na linguagem oral, quanto na escrita. Kato (1987) já discutiu a questão assinalando que não são mobilidades invariantes e que , portanto, no interior de cada uma, há uma múltipla variação.” Pág 6
Através destas leituras aprendi que Não se fala, escreve ou lê sempre do mesmo jeito, as representações da leitura, escrita e oralidade são construídas a partir das práticas culturais e estruturas sociais, de acordo com as demandas, necessidades da escola, época e contexto social.
O lugar onde vou falar, para que razão ou situação pode variar o discurso, por exemplo, a linguagem é diferente quando estou no lazer com os amigos de quando estou realizando uma reunião com os pais de meus alunos.
A escrita também pode variar, em algumas situações é formal, sofisticada e planejada, não vou fazer um trabalho de graduação da UFRGS sem antes planejar o conteúdo e expressar na escrita formalmente, no entanto, se vou escrever algo para alguém mais íntimo pode ser expresso de maneira informal e sem planejamento.

Estas aprendizagens são significativas no processo de construção do conhecimento, pois percebi o quanto é importante realizar um trabalho pedagógico que atenda uma exploração mais dinâmica e contextualizada da fala e escrita, exemplos importantes são as diferentes representações nos textos (Etnias, classes sociais...) e da leitura (jornal, revista, bula...).
Trabalho com alfabetização e percebi mais claramente o quanto é importante alfabetizar considerando o contexto que os alunos vivem, suas histórias, trajetórias de vida...
Através desta atividade procuro trabalhar com meus alunos atividades diversificadas levando em conta diferentes formas de falar e escrever.

Libras

Libras

No mês de Setembro tivemos uma aula presencial de Libras. A professora da interdisciplina se comunicou em língua de sinais e tinha uma intérprete para que pudéssemos entender.
Conheci mais sobre a linguagem de sinais de forma atrativa, acompanhamos a leitura de informações importantes no power point e fizemos brincadeiras.
Conheci o que significa a palavras LIBRAS e aprendi curiosidades importantes como não existir apenas uma linguagem de sinais e até mesmo no Brasil haver diferenças regionais. Foi interessante saber que as expressões no rosto são importantes na comunicação dos surdos, é comparado ao nosso tom de voz ou expressão facial ao nos expressarmos.Conheci diferentes alfabetos ( de nosso país e outros), iniciamos uma comunicação em Libras, aprendi várias palavras.Conheci mais sobre como é a vida destas pessoas, muitos gostam de usar computador se comunicando através desta ferramenta, visualizei um telefone diferente em que há teclas que digitam a mensagem, uma pessoa do outro lado da linha lê e passa o recado para o destinatário, tem o relógio despertador que vibra para acordarem, na escola percebem a troca de períodos com um sino diferente.
Estas aprendizagens são significativas, pois é importante conhecer a realidade destas pessoas, futuramente posso ter um aluno surdo e não conheceria informações tão simples que podem contribuir para conhecê-lo e compreendê-lo melhor.
Ficou mais claro em minha mente a informação de que há recursos diferentes que podem ser usados facilitando a aprendizagem, um exemplo citado foi o sino em que mesmo sem ouvir percebem quando há início e término das aulas.
Através destas aprendizagens estou mais atenta aos interesses e necessidades de meus alunos, buscando diferentes estratégias e recursos para que a aprendizagem seja significativa.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Desenvolvimento moral

Desenvolvimento moral

Tem um menino na escola que trabalho que foi meu aluno no segundo ano no ano passado, é um menino bem pobre e com dificuldades nos relacionamentos, nem a mãe respeitava.
O menino saiu da escola antes de terminar o ano e agora voltou adotado por outra família. Antes pensava que o motivo de sua agressividade é por ser pobre, ao ler sobre Piaget percebi que este tipo de pensamento é de concepção empirista, crença que apenas o ambiente que determina o sujeito.
“Podemos dizer que a primeira crença está ligada a uma concepção de que o ambiente imprime na pessoa o modo de ser e de se comportar, isto é, uma concepção empirista, acreditando que há uma pressão das coisas sobre o espírito e considerando a experiência como algo que se impõe por si mesmo, não havendo necessidade da atividade do sujeito (Piaget, 1987).” Significações de violência na Escola: Equívocos da compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança?, de Jaqueline Picetti. Pág 2
Atualmente este menino está em uma família de classe média, se veste bem, não passa necessidade e tem conforto, vive em um ambiente tranqüilo, mas o comportamento é o mesmo, isto é a prova de que o que determina o sujeito não é só o ambiente, poderia pensar que tudo já está programado geneticamente, por isso não adianta investir neste indivíduo porque tudo já está determinado, de acordo com Piaget esta é uma concepção Apriorista.
“A segunda crença está relacionada com uma concepção de que a pessoa traz consigo, a partir da constituição de sua família (geneticamente), as características de sua personalidade, não havendo possibilidades de mudança, pois tudo já está determinado. Essa seria uma concepção inatista, que considera que o conhecimento é concebido como algo que mergulha suas raízes no sistema nervoso, isto é, na estrutura pré-formada do organismo (Piaget, 1987).” Significações de violência na Escola: Equívocos da compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança?, de Jaqueline Picetti. Pág 2
De acordo com Piaget vários fatores podem contribuir para este comportamento que na maioria das vezes são interpretados como violência sem procurarmos conhecer mais sobre a fase de desenvolvimento em que a criança se encontra e seu modo de pensar.
“É possível afirmar que as crianças dos anos iniciais do Ensino Fundamental (7 – 1 anos) estão construindo as noções de justiça, solidariedade, intencionalidade e responsabilidade.” “Significações de violência na Escola: Equívocos da compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança?”, de Jaqueline Picetti,Pág 3
“Piaget (1994) observou que, até em torno dos dez anos, os atos são avaliados segundo seus resultados, independente das intenções.” Pág 3
“Podemos ver que o que muitas vezes parece ser o desenvolvimento de uma onda de violência na escola, nada mais são que crianças querendo fazer justiça sob sua forma de compreendê-la.” Pág 3
Após esta leitura refleti sobre a fase de desenvolvimento que esta criança se encontra, que é Operatório concreto, tem 10 anos e está construindo noções de justiça, responsabilidade intencionalidade.
“No período das Operações concretas, que tem idade aproximada de 7 a 12 anos, a criança já tem capacidade de reversibilidade do pensamento, já é capaz de realizar operações mentais, é capaz de cooperar porque não confunde seu próprio ponto de vista com o doa outros, discussões torna-se possíveis.
São construídas operações lógicas de classificação e seriação, conservação física de substâncias, peso, volume e conservações espaciais de comprimento, área e volume espacial, conceito de número. Neste período o real é que define suas possibilidades.” Epistemologia genética e construção do conhecimento”, de Tânia Marques.

Para que o sentimento de justiça se desenvolva são necessários o respeito mútuo e a solidariedade entre crianças e adultos. Que respeito mútuo este menino aprendeu se via a mãe biológica brigar nos ambientes que freqüentava , falar palavrões e seu relacionamento em casa era de discussões frequentes? Como será que é sua forma de compreender justiça? Será que ao brigar não está pensando que está fazendo justiça ao se defender e defender suas idéias ao invés de ver como violência?
Não pensava antes nestas questões, esta leitura me ajudou a procurar conhecer melhor as crianças ao invés de julgá-las como violentas.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Conservação do número

Todos os anos aplicava o teste da Conservação do número com meus alunos tendo como base apenas as observações de colegas e achava que sabia aplicar bem o método sem ao menos estudar.
Quando a professora solicitou que estudássemos sobre o Método Clínico, de Jean Piaget para aplicar o Método Clínico com uma criança, li superficialmente sobre o assunto e me senti preparada.
Eu e a colega Margarete escolhemos uma aluna minha e no momento encontrei algumas dificuldades. A primeira foi o barulho, pois tanto a aluna como nós perdíamos a concentração em alguns momentos devido o barulho ao redor, concluímos que podíamos ter escolhido um lugar mais calmo. Antes ao fazer o teste da Conservação do número não prestava atenção as atitudes dos alunos, apenas anotava suas respostas, desta forma não fazia diferença se o lugar era calmo ou não.
A segunda dificuldade foi não saber contra-argumentar ou explorar as respostas que a aluna trazia, eu poderia ter estudado mais os subsídios teóricos para entrevistar . Antes, ao aplicar o teste, não intervia nas respostas dos alunos, apenas anotava suas respostas.
“ O bom experimentador deve, efetivamente, reunir duas qualidades aparentemente incompatíveis: saber observar, deixar a criança falar, não desviar nada .Deve saber buscar algo preciso, ter a cada instante um hipótese de trabalho, uma teoria verdadeira ou falsa para controlar”.PIAGET, J. A representação do mundo na criança”. Rio de Janeiro: Distribuidora Record, p.11
Percebi que antes das leituras não sabia aplicar o teste da Conservação do número e pensava que tinha conhecimento suficiente, agora sei que é impossível ter conhecimento de algo só em ouvir o que os outros falam, é preciso estudo.
Atualmente sou consciente de que não sei tudo sobre o método e que tenho muito o que aprender, para isto é necessário estudar mais intensamente !!!

Os índios

Todos os anos trabalho sobre os índios na escola no dia 19 de Abril, algo bem superficial como uma música de índio, confecção de cocar, diálogo sobre sua cultura...
Ao ler o texto “ Os índios no Brasil, quem são e quantos são”, de Gersen Dos Santos Luciano, me chamou atenção alguns trechos como:
“O navegador italiano Cristóvão Colombo, em nome da Coroa Espanhola, empreendeu uma viagem em 1492 partindo da Espanha rumo às Índias, na época uma região da Ásia. Castigada por fortes tempestades, a frota ficou à deriva por muitos dias até alcançar uma região continental que Colombo imaginou que fossem as Índias, mas que na verdade era o atual continente americano. Foi assim que os habitantes encontrados nesse novo continente
receberam o apelido genérico de “índios” ou “indígenas” que até hoje conservam.” Pág 2.
“Antes da década de 1970, chamar alguém de índio, fosse ele nativo ou não, era uma ofensa.” Pág 3.
“Eles foram forçados a abdicar de suas culturas, tradições, de seus valores e saberes porque eram considerados inferiores, satânicos e bárbaros (ou seja, eram considerados como sinônimo de atraso, o que os impedia de entrar no mundo civilizado, moderno e desenvolvido) e para poderem se tornar gente civilizada, moderna e desenvolvida” Pág 5
“O processo de reafirmação das identidades étnicas, articulado no plano estratégico pan-indígena por meio da aceitação da denominação genérica de índios ou indígenas, resultou na recuperação da auto-estima dos povos indígenas perdida ao longo dos séculos de dominação e escravidão colonial. O índio de hoje é um índio que se orgulha de ser nativo,
de ser originário, de ser portador de civilização própria e de pertencer a uma ancestralidade particular.” Pág 4
“Os povos indígenas são grupos étnicos diversos e diferenciados, da mesma forma que os povos europeus (alemão, italiano, francês, holandês) são diferentes entre si. Seria ofensa dizer que o alemão é igual ao português, da mesma maneira que é ofensa dizer que o povo Yanomami é igual ao Guarani. ” Pág 6
“Entrar e fazer parte da modernidade não significa abdicar de sua origem nem de suas tradições e modos de vida próprios, mas de uma interação consciente com outras culturas que leve à valorização de si mesmo.” Pág 5
Na leitura aprendi algumas curiosidades sobre os índios e percebi que mesmo inconscientemente estava desvalorizando esta cultura ao deixar de trabalhar ou até mesmo trabalhando superficialmente na sala de aula.
Nunca falei das lutas que enfrentaram e até hoje muitos enfrentam, da tristeza ao sofrerem discriminação, da perda da identidade, das diferenças entre os povos...
Através desta leitura refleti e estou consciente da importância de trabalhar esta etnia valorizando sua cultura, concluo com um pensamento do texto “ Os índios no Brasil, quem são e quantos são”, de Gersen Dos Santos Luciano:
“Ora, identidade implica a alteridade, assim como a alteridade pressupõe diversidade de identidades, pois é na interação com o outro não-idêntico que a identidade se constitui.”

terça-feira, 19 de maio de 2009

Dilema moral

Dilema moral

Este semestre estamos estudando mais, refletindo e debatendo sobre a questão da moralidade.
No filme “ O clube do imperador”, o professor estava diante de um dilema moral tendo que decidir entre anunciar os três primeiros lugares aos alunos que chegaram a esta posição no concurso para irem a final ou desqualificar o terceiro lugar dando esta posição ao colega que tirou o quarto lugar.
È claro que isto seria uma atitude que vai contra os princípios da moralidade, mas foi o que o professor fez na tentativa de dar uma chance ao aluno que até pouco tempo não se envolvia com os estudos e parecia estar mudando de comportamento ao dedicar-se aos para este concurso.
Nosso papel como educadores é investir nos alunos para que se tornem cidadãos que não aprenderam apenas conteúdos, mas valores, virtudes, desenvolveram bom caráter e serem exemplos para seus filhos, para todos que os rodeiam.
Lembro de um ano que investi em um aluno problemático, com sérios problemas de comportamento e falta de interesse nos estudos. Foi um ano difícil, trabalhava em escola particular e o menino não respeitava ninguém (professores, funcionários da escola, colegas, direção e pais.)
Dei conselhos, fui firme quando necessário, procurei me aproximar demonstrando amizade, auxiliei motivando-o nos estudos, dei votos de confiança e até acredito ter sido injusta com os outros colegas quando em alguns momentos fui menos severa ao chamá-lo atenção em situações que sabia ter culpa para que procurasse refletir e não se tornasse tão rotulado pelos outros.
Ao ter que julgar o professor do filme lembrei de minha experiência e dos investimentos que fiz neste aluno para que mudasse suas atitudes e fosse alguém de bom caráter.
Tenho certeza que a amizade deste aluno ganhei, em alguns momentos demonstrava carinho e até me presenteava com nozes, que tinha no pátio de sua casa, conseqüentemente me respeitava mais, no final do ano ainda tinha dificuldades no relacionamento com as outras pessoas e suas notas eram baixas.
Concluí que os erros que cometi foram tentando acertar assim como o professor do filme.
Também tenho a esperança que este menino se torne um cidadão responsável e que respeite os outros ao redor.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Viva o presente!

Viva o presente!
Já tive stress e depressão por viver o presente com acúmulos de atividades e não ter tempo para dedicar a mim e a família.
Ao realizar a leitura do texto “Em busca de uma ancestralidade brasileira”, de Daniel Mundurucu, uma parte em especial me chamou atenção:
“Entre os índios não existe crise existencial. Paro e pergunto por quê. Constato que entre os povos indígenas não existem angústias. As crises nascem da angústia. A angústia nasce da necessidade de escolher...Isso vira um círculo vicioso e o vício torna a vida uma busca insana pela felicidade que, dizem, se encontra no conforto, na fuga da dor, no consumo.O consumo por sua vez, torna as pessoas egoístas e o egoísmo trás solidão e a solidão tristeza e a tristeza a falta de alegria e a falta de alegria gera angústia, trás a crise e esta é caudada pela falta de rituais que dêem sentido a existência das pessoas.As pessoas não tem onde se apegar, pois não tem uma tradição, uma ancestralidade.
Onde quero chegar? Quero chegar no presente. O índio não tem crise existencial porque vive no presente, sem esquecer o passado e sem desejar o futuro. Ouvido meu sábio avô mais esta máxima: se o momento atual não fosse tão bom, não teria o nome presente. Querem coisa mais sábia? O nosso grande presente, o presente que a vida nos proporciona é justamente o agora. Entre os índios Mundurucu e outros que conheci, toda vez que se recebe um presente usa-se na mesma hora. E sabem por quê?Porque presente não se usa no futuro.”
A partir desta leitura refleti e procurei viver mais o presente, não deixo de fazer planos para o futuro mas procuro viver com mais qualidade o momento que a vida proporciona agora!!!

domingo, 26 de abril de 2009

Diferentes etnias

Diferentes etnias


Na interdisciplina de “Questões étnicos-raciais” estou aprendendo mais sobre as diferentes etnias existentes, importância de trabalharmos as diferenças, valorizando-as.
Para realizar o mosaico com meus alunos solicitei que conversassem com a família sobre a origem do sobrenome, trouxessem gravuras desta etnia e fotos da família.
No comentário sobre a atividade , a tutora Luciane Mota fez a seguinte colocação:

Postado por LUCIANE DE OLIVEIRA MACHADO MOTA em 24/04/2009 21:33
Raquel,muito boa a atividade desenvolvida,porém a etnia negra não foi identicada, poderias ter feito um gancho, questionando porque não identificaram esta etnia, pois sabemos que a exclusão com esta etnia é muito grande.Como não vi teu mosaico, fico curiosa em identificar como fazendo parte da construção da nação.Sendo importante para os alunos, resgatar a história dos imigrantes, colonizadores etc.Bjs.


Meu primeiro pensamento foi que não tenho nenhum aluno negro, por esta razão não surgiu nada na turma sobre esta etnia. Após refletir percebi que se questionasse mais os alunos e pais surgiria grande possibilidade de algum aluno ter na família alguém de origem negra, pois de acordo com o texto “ Em busca de uma ancestralidade brasileira”, de Daniel Mundurucu, página 3:
“ Somos a continuação de um fio que nasceu há muito tempo atrás... vindo de outros lugares..iniciado por outras pessoas...completado...remendado...costurado e ...continuado por nós.”
Com certeza há grande importância de trabalhar esta etnia na sala de aula porque mesmo que não tenhamos alunos negros na sala, há na escola, bairro que moram, enfim, em diversos lugares, o espaço em que vivem não se restringe apenas a sala de aula e como educadoras devemos trabalhar a valorização e importância de todas as etnias!

Estádios de desenvolvimento

Estádios de desenvolvimento
Na interdisciplina de Psicologia estamos estudando sobre Piaget e os estádios de desenvolvimento. Aprendi características de cada estádio.

Trabalho de psicologia:

Estádios do desenvolvimento
Um dos aspectos mais conhecidos da obra de Piaget é a teoria dos períodos de desenvolvimento. Em sua teoria, determinou quatro períodos do desenvolvimento da criança.
O primeiro é o Sensório-motor, com idade aproximada de 0 a 2 anos, período em que limita-se a ações na realidade.
A linguagem é o resultado de um longo processo que tem início no nascimento da criança, a partir do que ela faz, como faz, na intervenção com o meio.
O estádio Pré-operatório tem idade aproximada de 2 a 7 anos, é um período simbólico e intuitivo, a criança percebe os fatos através dos sentidos, a partir de manipulações práticas. O aparecimento da função simbólica permite a criança ter uma representação mental dos objetos e das coisas do ambiente, neste período classifica quando separa ou agrupo objetos por suas semelhanças e diferenças, estabelecendo assim relações das coisas do ambiente em que vive.
A capacidade de representação da realidade se manifesta de diversas formas: imitação diferida, desenho, imagem mental, jogo simbólico, linguagem, sonhos e devaneios.
Este período é marcado pelo egocentrismo, há ausência de equilíbrio entre processos de assimilação e acomodação, não é capaz de lidar com ideias diferentes das suas, seu pensamento tende-se a centrar-se em um único aspecto da realidade ligando-se muito mais aos sucessivos estados de um objeto do que as transformações pelas quais passa, período marcado pela intuição e não pela lógica.
Ocorre a irreversibilidade do pensamento, não consegue seguir uma série de raciocínio e inverter mentalmente a direção para reencontrar um ponto de partida não modificado.
No período das Operações concretas, que tem idade aproximada de 7 a 12 anos, a criança já tem capacidade de reversibilidade do pensamento, já é capaz de realizar operações mentais, é capaz de cooperar porque não confunde seu próprio ponto de vista com o doa outros, discussões torna-se possíveis.
São construídas operações lógicas de classificação e seriação, conservação física de substâncias, peso, volume e conservações espaciais de comprimento, área e volume espacial, conceito de número. Neste período o real é que define suas possibilidades.
No período Operatório- formal, com idade aproximada de 12 a 16 anos, o sujeito estabelece relações entre teorias, produzindo nelas transformações, surge um mundo de possibilidades cujo real é apenas um setor limitado, trabalha com o pensamento hipotético-dedutivo e estabelece relações entre diferentes teorias.

Muitas vezes na sala de aula tinha dificuldades de realizar com alguns alunos trabalho em grupos e não compreendia o motivo disto acontecer. Li no texto ‘ Epistemologia genética e construção do conhecimento”, de Tânia Marques:
“A capacidade simbólica da criança pré-operatória é marcada pela egocentrismo já que, em função da ausência de um equilíbrio entre os processos de assimilação e acomodação, há muitas assimilações deformantes da realidade ao eu, sem uma acomodação completa. Logo, o pensamento da criança pré-operatória é egocêntrico, o que significa que não é capaz de lidar com idéias diferentes das suas em relação a um determinado tema.”

Percebi que estes alunos demonstram claramente estar no período Pré-operatório, pois é visível o egocentrismo, apresentam dificuldades de lidar com idéias diferentes das suas desejando impor seu ponto de vista, alguns brigam, fazem queixas desejando que o professor solucione os conflitos e outros isolam-se do grupo desistindo de participar das atividades, ficam quietos ou brabos sem interagir com o grupo.
Através dos estudos compreendo melhor a fase em que estes alunos se encontram, desta forma é possível realizar um trabalho para superarem os conflitos e avançarem na fase de desenvolvimento.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Psicologia

APRENDIZAGEM

Na interdisciplina de Psicologia aprendi sobre os modelos de epistemologias e características de cada.
Aprendi que no modelo empirista o conhecimento é transferido do meio para o sujeito, é aquele bem tradicional onde aprende-se por repetição e reprodução, o professor é o dono do conhecimento e aluno uma tabula rasa, que não sabe coisa alguma quando chega a escola, aprende somente o que o professor o ensinar. Neste contexto o professor jamais aprenderá, pois já sabe tudo e o aluno jamais ensinará, porque este é o papel exclusivo do professor.
No modelo epistemológico apriorista acredita-se que o conhecimento depende apenas das condições internas do sujeito, o aluno aprende por si próprio, pois já possui conhecimento programado na sua herança genética.
O modelo de epistemologia construtivista é o que valoriza o professor e alunos, trabalham em sintonia, todos aprendem no processo e nenhum é mais importante que o outro, é a pedagogia relacional do interacionaismo, onde a causa do comportamento humano está nas ações do sujeito que responde as resistências do meio, modificando ativamente suas estruturas.
Nesta proposta o professor deve se questionar sobre que tipo de cidadão quer que o aluno seja. Vive-se o presente, buscando no passado conhecimento prévios, respostas para algumas questões, construindo um futuro onde se tenha a consciência do papel de cada um como sujeitos críticos, que reflitam diante das situações, cidadãos ativos na sociedade em que vivem.
Estas aprendizagens foram construídas através das leituras dos textos “Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos” e “O que é construtivismo?”, de Fernando Becker, aula presencial do dia 8 de Abril, onde cada grupo escreveu no papel uma característica da epistemologia escolhida para que os outros grupos respondessem através de estudos, debates entre colegas, professora e tutores.



Também foram necessárias reflexões sobre qual epistemologia está de acordo com minha prática em sala de aula, tinha como conhecimento prévio que o construtivismo era uma “bagunça”, onde só o aluno podia mostrar sua forma de pensar e o que o professor pensava não era considerado.
Li o texto “O que é construtivismo?”, de Fernando Becker,, onde construtivismo está conceituado da seguinte forma:
“Construtivismo significa isto: a idéia de que nada, a rigor, está pronto, acabado, e de que, especificamente, o conhecimento não é dado, em nenhuma instância, como algo terminado. Ele se constitui pela interação do Indivíduo com o meio físico e social, com o simbolismo humano, com o mundo das relações sociais; e se constitui por força de sua ação e não por qualquer dotação prévia,na bagagem hereditária ou no meio, de tal modo que podemos afirmar que antes da ação não há psiquismo nem consciência e, muito menos, pensamento.”
Percebi que meus conhecimento prévios não estavam corretos, ou seja, houve conflitos do que foi assimilado anteriormente e acomodação de novos conhecimentos, percebi que aquelas características eram do apriorismo, onde o professor procura interferir o mínimo possível no processo de aprendizagem dos alunos.
Concluo que a epistemologia utilizada em minha prática pedagógica é o interacionismo, onde as duas condições, internas e externas, estão juntas e são importantes no processo de ensino-aprendizagem.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Inclusao

Tive 2 alunos de inclusão em 2007 e no final do ano um foi aprovado. A menina tinha vindo de uma escola especial e imitava gestos das crianças da escola anterior, era repetente e tinha 12 anos.
Ao longo do convívio na escola regular parou com os gestos anteriores como balançar pernas e cabeça todo o tempo, passou a interagir com os colegas em diversas situações. Aprendeu a escrever seu nome e 18 letras do alfabeto relacionando a objetos e pessoas significativas.
Foi aprovada devido a defasagem idade série, aprendizagens construídas , questão da auto-estima, relacionamento, mas ainda não estava alfabetizada.
Sentia-me culpada por tê-la aprovado, pois no segundo ano temos como objetivo a alfabetização.
Li as participações no fórum da interdisciplina de inclusão e a colocação da colega Ana Parker trouxe reflexões.
05/04/2009 13:54:17
ANA BEATRIZ CORRÊA BEZERRA PARKER
São inúmeras as questões que as colegas estão levantando neste nosso fórum e a leitura que faço é que nós enquanto educadoras procuramos sempre dar conta dos desafios que nos apresentam, e a inclusão é mais um destes. Pelos relatos até aqui verifiquei que a maioria apesar de não ter o suporte necessário para lidar com as necessidades especiais, tem a arma principal em suas mãos que é o afeto e a vontade de ver o seu aluno integrado e feliz. Tive um aluno, que sofria de convulções e quando o assumi na terceira série ele estava com 14 anos, ainda não sabia ler e nem escrever seu nome, fora promovido sob a alegação de que estava sendo incluido e por isso se \"socializando\". Fui atrás da história do aluno e descobri que ele frequentava a escola desde os seus sete anos, e percorrera várias instituições durante todo esse período. A partir daí e por isso estou relatando este caso me veio a seguinte pergunta: Será que durante todo este tempo, a escola que se propunha incluí-lo e socializá-lo realmente estaria alcançando o seu objetivo?Que socialização era esta que mantinha o aluno com mesma postura durante todos esse anos? E le não tinha adquirido autonomia para tomar seus medicamentos, não conseguia pegar um ônibus,se demonstrava totalmente dependente da mãe ou da professora. Que preparo para a vida a escola estaria dando para este aluno? “DURANTE ESTE ANO ENTENDI QUE A INCLUSÃO NÃO É SIMPLESMENTE SOCIALIZAÇÃO MAS O COMPROMISSO DE DESENVOLVER AS POTENCIALIDADES DO ALUNO, QUE ÁS VEZES NÃO VAI CONSEGUIR APRENDER A LER OU ESCREVER MAS SIM ADQUIRIR MAIS AUTONOMIA E SER VALORIZADO ENQUANTO PESSOA.”
O aluno pode não progredir na escola quanto ao desejado , cada ser humano tem o seu ritmo(minha prima com Síndrome de Douw levou 7 anos para ser alfabetizada), mas a autonomia para a vida e valorização enquanto pessoa são muito importantes. Minha aluna progrediu muito nestes aspectos, desta forma não me sinto mais culpada pela sua aprovação, também construiu muitas aprendizagens para ser alfabetizada e apesar daquele ano não ter alcançado este objetivo, na série seguinte o correto é ter uma continuação deste processo.