segunda-feira, 1 de junho de 2009

Os índios

Todos os anos trabalho sobre os índios na escola no dia 19 de Abril, algo bem superficial como uma música de índio, confecção de cocar, diálogo sobre sua cultura...
Ao ler o texto “ Os índios no Brasil, quem são e quantos são”, de Gersen Dos Santos Luciano, me chamou atenção alguns trechos como:
“O navegador italiano Cristóvão Colombo, em nome da Coroa Espanhola, empreendeu uma viagem em 1492 partindo da Espanha rumo às Índias, na época uma região da Ásia. Castigada por fortes tempestades, a frota ficou à deriva por muitos dias até alcançar uma região continental que Colombo imaginou que fossem as Índias, mas que na verdade era o atual continente americano. Foi assim que os habitantes encontrados nesse novo continente
receberam o apelido genérico de “índios” ou “indígenas” que até hoje conservam.” Pág 2.
“Antes da década de 1970, chamar alguém de índio, fosse ele nativo ou não, era uma ofensa.” Pág 3.
“Eles foram forçados a abdicar de suas culturas, tradições, de seus valores e saberes porque eram considerados inferiores, satânicos e bárbaros (ou seja, eram considerados como sinônimo de atraso, o que os impedia de entrar no mundo civilizado, moderno e desenvolvido) e para poderem se tornar gente civilizada, moderna e desenvolvida” Pág 5
“O processo de reafirmação das identidades étnicas, articulado no plano estratégico pan-indígena por meio da aceitação da denominação genérica de índios ou indígenas, resultou na recuperação da auto-estima dos povos indígenas perdida ao longo dos séculos de dominação e escravidão colonial. O índio de hoje é um índio que se orgulha de ser nativo,
de ser originário, de ser portador de civilização própria e de pertencer a uma ancestralidade particular.” Pág 4
“Os povos indígenas são grupos étnicos diversos e diferenciados, da mesma forma que os povos europeus (alemão, italiano, francês, holandês) são diferentes entre si. Seria ofensa dizer que o alemão é igual ao português, da mesma maneira que é ofensa dizer que o povo Yanomami é igual ao Guarani. ” Pág 6
“Entrar e fazer parte da modernidade não significa abdicar de sua origem nem de suas tradições e modos de vida próprios, mas de uma interação consciente com outras culturas que leve à valorização de si mesmo.” Pág 5
Na leitura aprendi algumas curiosidades sobre os índios e percebi que mesmo inconscientemente estava desvalorizando esta cultura ao deixar de trabalhar ou até mesmo trabalhando superficialmente na sala de aula.
Nunca falei das lutas que enfrentaram e até hoje muitos enfrentam, da tristeza ao sofrerem discriminação, da perda da identidade, das diferenças entre os povos...
Através desta leitura refleti e estou consciente da importância de trabalhar esta etnia valorizando sua cultura, concluo com um pensamento do texto “ Os índios no Brasil, quem são e quantos são”, de Gersen Dos Santos Luciano:
“Ora, identidade implica a alteridade, assim como a alteridade pressupõe diversidade de identidades, pois é na interação com o outro não-idêntico que a identidade se constitui.”

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